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22 de Abril de 2022

Híbrido: O novo normal – Game Changer 15

Repensar o modo como se trabalha está atualmente em grande foco nas organizações, e por boas razões.

Os últimos dois anos provaram, além de qualquer dúvida, que empresas e profissionais, especialmente no setor da tecnologia, têm uma capacidade profunda de adaptação a diferentes e inesperadas realidades, assim como uma forte flexibilidade para encontrar novos modelos de trabalho que respondem às implicações a longo prazo das mudanças estruturais suscitadas pela Covid-19.

Na Sky, a nossa prioridade sempre foi, e continua a ser, a segurança e bem-estar dos nossos colaboradores, e esta foi a razão pela qual adotamos o trabalho 100% remoto logo no início da pandemia. Esta realidade acabou por ser a grande impulsionadora da necessidade de encontrar novas fórmulas para fomentar a nossa cultura e valores. Esta adaptação exigiu uma grande dose de agilidade, de forma a não comprometer os processos centrais de negócio ou criar disrupção nas principais dinâmicas de cada equipa.

Como referido, manter a proximidade com as nossas pessoas e a preocupação com o seu bem-estar, sempre fez parte da nossa cultura, e neste momento, esta dimensão ganhou uma relevância acrescida. Por esse motivo, criámos novas iniciativas com foco no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, e estabelecemos o Employee Assistance Program, que visa o apoio em vertentes psicológicas, emocionais, legais e fiscais/financeiras. Adicionalmente, promovemos encontros virtuais que nos aproximaram, na medida do possível, dos convívios «passados», por exemplo, a rotina de ir almoçar com a equipa era reproduzida à distância através de um evento virtual e entrega de almoço na casa de cada colaborador.

Mas há sempre limitações, e genericamente todos o sabemos: a promoção de relações interpessoais torna-se mais difícil e complexa em eventos ou iniciativas online. E, em boa verdade, em termos de construção e consolidação de cultura e valores, sentimentos de pertença e compromisso, há enormes desafios que se colocam numa realidade de teletrabalho a 100%.

Posto isto, acreditamos que os efeitos de um modelo de trabalho totalmente remoto, ao nível da gestão de equipas, só serão efetivamente visíveis a médio/longo prazo. Deste modo, assumir neste momento o compromisso de um modelo exclusivamente de teletrabalho, poderá trazer consequências menos positivas. Fatores como engagement, compromisso e motivação, pagarão o maior preço num cenário de equipas totalmente remotas.

Simultaneamente, é indiscutível que trabalhar fora do escritório trouxe também muitas vantagens, e por este motivo, encaramos como absolutamente vital criar um verdadeiro «novo normal», que será forçosamente aquele que equaciona e gere os fatores positivos e negativos do trabalho remoto. Estamos a falar do modelo de trabalho híbrido.

Na Sky acreditamos que o híbrido tende a assumir-se como o modelo mais equilibrado, e sustentável a longo prazo, para esta nova realidade das organizações. No entanto, o reverso da moeda de ser o modelo mais equilibrado, e que mais vantagens reúne, é que é possivelmente o modelo mais complexo de implementar.

Toda a organização logística necessária para promover as corretas condições de trabalho, tanto no escritório como na casa de cada colaborador, a adaptação das rotinas/rituais de cada equipa às duas dimensões, presencial e remota, bem como encontrar o tal «equilíbrio certo» entre a presença física e virtual, são os derradeiros desafios que se colocam.

Enfrentar estes desafios e encontrar o melhor caminho para os resolver, a meio de um alto grau de complexidade, é difícil, mas a recompensa é de elevado valor: encontrar uma solução que oferece o máximo de vantagens a todas as equipas, sem negligenciar aspetos cruciais de colaboração, cultura e valores.

Com isto criamos também a oportunidade de repensar e redefinir os próprios espaços do escritório. Irá certamente resultar uma transformação destes, refletindo uma aposta em menos estações de trabalho e em mais espaços de colaboração, de brainstorming, de debate de ideias.

Um exemplo prático que podemos destacar, e que estamos a implementar atualmente na Sky, é o sistema de hot desking. Uma vez que, neste novo modelo híbrido, muito dificilmente voltaremos a ver escritórios com 100% de ocupação dos postos de trabalho atuais. Daí a transformação em hot desks, que podem ser utilizadas mediante reserva online, através de uma app interna.

O modelo híbrido permite aos colaboradores usufruírem das vantagens que trabalho remoto nos trouxe, e tão inegavelmente demonstrou, mas permite ao mesmo tempo, conciliá-las com toda a riqueza e mais-valias do trabalho presencial em equipa, um grande motor na criação de laços, relações e de uma comunicação livre e espontânea. Estes elementos devem ser encarados como fundamentais e indispensáveis para a construção de equipas saudáveis, felizes e sustentáveis.

Acreditamos que, ao realizar os esforços necessários para superar os desafios apresentados pelo modelo de trabalho híbrido, estamos a potenciar quer a faceta de produtividade e foco, necessária a muitas componentes do nosso trabalho diário, como também a faceta de criatividade e colaboração, que advém da partilha, convívio e cultura de cooperação – aspetos que muito perdem num contexto exclusivamente remoto.

Ao unir o melhor destes dois mundos, garantimos maior flexibilidade e liberdade para os nossos colaboradores estabelecerem o seu work-life balance ideal, mantendo-nos assim comprometidos com a nossa prioridade número um, a segurança e bem-estar de todos. Because we are Sky and we believe in better.

 

Ana Silva
Head of HR, Sky Portugal

Descarregue aqui a 15ª Edição da Revista Game Changer

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